Superdotação: quando a alma sabe antes da mente
- Ana Cristina Lamas

- 18 de mai.
- 2 min de leitura

Durante muito tempo, acreditamos que superdotação era sinônimo de QI alto, rapidez em cálculos ou desempenho escolar excepcional. Mas há um outro tipo de superdotação — silenciosa, invisível, não mensurável. Uma superdotação da alma.
Ela se revela nas conexões que se formam antes das palavras. Na intuição certeira que aponta caminhos ainda não trilhados. Na leitura simbólica de um gesto, de um silêncio, de um sonho. Na angústia de não caber no mundo como ele é — e, mesmo assim, seguir tentando compreendê-lo.
Essa superdotação não aparece em testes. Ela não se traduz em números. Ela se manifesta como um saber interno, que não foi aprendido, mas lembrado.
Quem a carrega costuma ter sido mal compreendido. Chamado de intenso, estranho, difícil, distraído ou exigente. Muitas vezes confundido com transtornos, quando o que havia era apenas profundidade demais num mundo que prefere a superfície.
Essa superdotação dói — não por ser um dom, mas por não encontrar espelhos. É como ver em muitas camadas e tentar dialogar com quem só vê a imagem. É perceber o que está por trás do comportamento, da fala, da máscara — e se perguntar: Será que só eu estou vendo isso?
Mas essa percepção não é solidão. É missão. É caminho de cura — para si e para o outro.
Se você se reconhece assim, talvez nunca tenha sido "difícil". Talvez apenas estivesse lembrando de algo que o mundo esqueceu.
E talvez agora seja a hora de parar de se esconder por causa disso — e começar a oferecer ao mundo a inteireza do que você é.
Com respeito ao que se revela no invisível,
Ana Cristina Lamas
Psicóloga junguiana






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