O que é um símbolo? Um caminho que a alma desenha
- Ana Cristina Lamas
- 19 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de jun.
“O símbolo não é uma resposta fechada. É um convite. Quando você sonha com um leão, por exemplo, não é só um leão: pode ser sua força, sua raiva reprimida, ou até um poder interno que está prestes a emergir. O símbolo não diz ‘é isso!’, ele diz ‘olhe para isso, algo em você quer ser visto’.”
O símbolo, na psicologia junguiana, não é uma explicação, mas uma ponte. Ele não “representa” algo de forma direta como um sinal (por exemplo, a placa de ‘pare’), mas sugere uma realidade mais profunda, muitas vezes ainda inconsciente.
Jung dizia que um símbolo nasce quando não há uma fórmula racional para explicar algo que se sente profundamente. O símbolo não é uma definição, mas uma direção.
Ou seja: quando a alma sente mais do que a mente consegue entender, o símbolo aparece.

Muitas vezes, usamos a palavra "símbolo" de forma automática, como se fosse apenas uma figura que representa outra coisa. Mas, na psicologia junguiana, o símbolo é muito mais do que um simples substituto. Ele é uma ponte entre o que sabemos e o que ainda não conseguimos nomear. É como se o inconsciente desenhasse um caminho invisível e o símbolo fosse a primeira pedra desse trajeto misterioso.
Um símbolo não traz uma resposta pronta, mas aponta direções. Ele diz: “Pode ser isso, pode ser aquilo, pode ser o outro...”E nesse campo de possibilidades, algo em nós desperta. Não é confusão — é expansão.
Para mim, o símbolo é o gerador silencioso de todo um movimento interno. Ele aciona um pensamento que toca um sentimento, que desperta uma sensação, que motiva um comportamento, que por fim se torna uma ação. Tudo isso acontece por dentro — às vezes de forma imperceptível.
Símbolo → pensamento → sentimento → sensação → comportamento → ação.
Por fora, a pessoa pode parecer plena. Mas por dentro, fervilham emoções, medos, forças contidas, desejos esquecidos. O símbolo é esse ponto de ebulição. Ele não diz o que é, mas revela o que pulsa.
Costumo dizer que meu trabalho é como uma explicação simbólica: Observo o comportamento da pessoa, e busco aquilo que ele aponta —o que ele está tentando revelar, mesmo que o ego ainda não compreenda. É assim que o símbolo opera: não no nível do controle, mas no nível do convite. Ele não exige, ele sugere. E, se tivermos escuta, ele nos transforma.
O símbolo não é algo que se define — é algo que se escuta. É o primeiro sussurro da alma querendo ganhar voz no mundo.
Com carinho e respeito,
Ana Cristina Lamas | Psicóloga junguiana
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