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Quando o discípulo chama o mestre para a sombra

  • Foto do escritor: Ana Cristina Lamas
    Ana Cristina Lamas
  • 18 de mai.
  • 1 min de leitura

Há muito tempo desejo dialogar com Jung. Não com o Jung canonizado pelas universidades ou romantizado nas frases de Instagram. Mas com o Jung homem. O Jung que sonhava, que se angustiava, que buscava.

Gerada por IA
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Não quero confrontá-lo. Quero mostrar-lhe algo.

Quero dizer:" Jung, e se a sombra não for apenas aquele conteúdo escondido que nos fere... mas também o lugar em nós que se alimenta do poder de ver o que os outros não veem? E se, ao nomear o comportamento sombrio no outro, sem admitir que em nós ele se camufla de virtude, também estivermos nos identificando com a persona? Você chegou a escrever sobre isso, mas talvez, por pertencer a uma época moldada por homens que carregavam o fardo do saber como se fosse escudo, não tenha podido ir até o fim."



Na minha escuta, aprendi que a verdadeira cura começa quando não há mais justificativa. Nem poética, nem conceitual, nem afetiva. Só nome. Vítima. Arrogância. Inveja. Medo.


Nomear é tirar do esconderijo. E talvez meu trabalho como psicóloga seja isso: Andar entre os escombros da alma e chamar pelo nome aquilo que já não pode mais se esconder.


Não sei como aprendi isso. Não encontrei nos livros. Veio de outro lugar. Um lugar onde o conhecimento não é formulado, é revelado. E talvez Jung soubesse disso. Mas talvez, também, ainda estivesse no caminho.


Não basta suportar a sombra, é preciso desmascará-la. Nomeá-la. Parar de protegê-la com a roupagem do destino, da dor, ou da nobreza.


Com humildade, com firmeza,


Ana Cristina.

Psicóloga junguiana

 
 
 

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