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"Jung não disse isso!" – O perigo das fórmulas prontas no autoconhecimento.

  • Foto do escritor: Ana Cristina Lamas
    Ana Cristina Lamas
  • 11 de abr.
  • 1 min de leitura

Imagem gerada por IA
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E o que mais estamos repetindo sem perceber?


Em tempos de frases prontas, reels acelerados e arquétipos transformados em pílulas de sabedoria de 15 segundos, é tentador buscar explicações rápidas para as dores da alma. Atribuir ao mês de nascimento um “significado arquetípico” pode parecer profundo — mas não passa de mais uma fórmula oferecida para evitar o mergulho real.


Carl Gustav Jung não atribuiu simbologias fixas aos meses do ano. Não deixou em sua obra nenhuma relação entre signos e estrutura psíquica, tampouco falou em “padrões arquetípicos mensais”. O que fez foi o oposto: desafiou cada um de nós a se responsabilizar pela própria jornada de individuação, escavando camadas de sentido onde a consciência resiste em entrar.


Sim, ele estudou astrologia — como estudou alquimia, mitologia, religiões antigas e modernas. Não para legitimar sistemas, mas para compreender a linguagem simbólica do inconsciente.Sua preocupação jamais foi determinar o destino, mas ajudar o ser humano a reconhecer a imagem interna que insiste em ser vivida.


Reduzir isso a frases como “quem nasce em junho carrega o arquétipo da mãe” é não apenas um erro — é uma rendição à superficialidade.


E talvez o mais grave seja o quanto tudo isso nos deseduca a pensar.


Se nos acostumamos a repetir o que parece sábio, sem refletir...Quantas outras ideias estamos consumindo sem perceber que estamos sendo consumidos por elas?


O que em nós tem medo de pensar por si mesmo?


Com carinho,


Ana Cristina.

Psicóloga junguiana.


 
 
 

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