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Infinito e a experiência da individuação

  • Foto do escritor: Ana Cristina Lamas
    Ana Cristina Lamas
  • 16 de abr.
  • 2 min de leitura


Dizem que o infinito é um dos deuses mais lindos…” (Renato Russo) ecoa como um sussurro vindo do arquétipo do numinoso. Vamos dar um mergulho simbólico?


Imagem gerada por IA
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O infinito, nesse contexto, pode ser visto como um arquétipo divino — uma força impessoal e abrangente, algo que transcende os limites do ego, da razão, do tempo. É o mistério que nos atrai e nos assusta, como a vastidão do céu noturno ou o silêncio profundo do inconsciente. É o símbolo do eterno vir-a-ser, do que nunca se encerra nem se define.


O infinito, aqui, não é apenas medida de tempo ou espaço — é símbolo. Representa o mistério que nos habita e transcende.


Chamá-lo de “deus” é reconhecer sua potência arquetípica — uma presença que fascina, assusta e transforma.


E chamá-lo de “um dos mais lindos” é intuir que há beleza naquilo que não se explica, mas que nos revela.


Porque há um tipo de amor, de dor e de verdade que só o infinito pode conter.


Ao chamar o infinito de “um dos deuses mais lindos”, Renato Russo, talvez intuitivamente, dá forma poética ao que Jung chamaria de experiência do Self — esse centro organizador e totalizador da psique que nos convida à inteireza, mas que é, ao mesmo tempo, inalcançável em sua completude. É belo porque é vasto, sagrado porque é incognoscível.


O infinito como deus é a experiência do eterno dentro de nós. É quando sentimos, mesmo que por um breve instante, que somos parte de algo maior, que há um sentido além das dores e conquistas do cotidiano. É o encantamento diante daquilo que nos ultrapassa.


E você, o que sente quando contempla o que não tem fim?


Com carinho,


Ana Cristina.

Psicóloga junguiana

 
 
 

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