Autoconhecimento – O mapa da alma que não vem pronto
- Ana Cristina Lamas

- 15 de mai.
- 2 min de leitura
Vivemos tempos em que se fala muito em autoconhecimento. Mas poucos sabem o que ele realmente exige.
Autoconhecer-se não é fazer testes de personalidade, não é listar qualidades e defeitos, nem repetir frases positivas diante do espelho. Essas podem ser portas de entrada, mas o verdadeiro mergulho é mais profundo — e muitas vezes desconcertante.

Na psicologia junguiana, o autoconhecimento é a jornada da alma em direção a si mesma. Não há um mapa fixo, nem um manual. O caminho é vivo, simbólico, feito de encontros e desencontros internos. A cada passo, revelam-se complexos, feridas, padrões, afetos que pareciam esquecidos — mas seguem moldando a vida sem que percebamos.
E quando nos deparamos com essas partes internas que antes estavam nas sombras, algo muda. Começamos a compreender o porquê das repetições, dos bloqueios, das escolhas que pareciam livres mas vinham carregadas de histórias não digeridas.
O autoconhecimento é o processo de tornar consciente o que é inconsciente.E isso não acontece de uma vez. A alma se revela por pedaços. Cada símbolo, cada sonho, cada emoção traz um fragmento do nosso próprio enigma.
Essa travessia, embora muitas vezes dolorosa, é libertadora. Não porque nos livra do sofrimento, mas porque nos oferece sentido.
A diferença entre alguém que sofre com consciência e alguém que sofre no automático… é que o primeiro começa a transformar. Enquanto o segundo apenas repete.
O autoconhecimento não traz garantias, mas traz enraizamento. E quando estamos enraizados, a vida pode soprar — que não perdemos a direção.
O mapa da alma não está pronto porque é você quem o desenha… linha por linha, sombra por sombra, símbolo por símbolo. E a psicoterapia é o espaço onde esse traçado pode ganhar contorno e verdade.
Com carinho,
Ana Cristina.
Psicóloga junguiana






Comentários